Como muitos que lêem este blog já sabem, passei a
maior parte dos primeiros 16 anos da minha vida no Brasil. Não foi até os meus
40 anos que percebi que, culturalmente, sou profundamente brasileiro. Embora eu
tenha nascido nos EUA (saí quando eu tinha 2 meses de idade), recordando a
minha re-chegada aos EUA na minha adolescência, me reconheço essencialmente como
um imigrante da primeira geração à esse país. Levou anos, mas no final uma identidade
autêntica dos EUA foi moldada para que eu posso me sentir confortável socialmente e
culturalmente nessa sociedade. No mesmo tempo, tenho que admitir que a minha
maior fidelidade é com o Brasil, meu “país do coração”. Sempre que vou para lá,
me sinto relaxado e em casa de maneiras que nunca sinto nos EUA.
Tambêm sou super crítico do papel dos EUA como império
no mundo. As escolas, a mídia e a religião neste país ensinam e apóiam e até
exigem lealdade a uma mitologia do excepcionalismo e benevolência dos EUA que
qualquer observador objetivo vai perceber com facilidade que é patentemente
falso. Ao contrário do mito, os EUA tem feito muito mais mal do que bom no
mundo. Em contraste com a maioria dos cidadãos dos EUA, pessoas de outros
países reconhecem prontamente esse fato. Embora eu seja crítico em relação aos
EUA, também desejo que meu "país de nascimento" seja melhor do que é,
para ser o melhor que pode ser. Algo nos moldes de um país como previsto e
descrito em declarações e documentos oficiais promulgados pelo Papa Francisco
seria o ideal.
Então, neste dia 4 de julho (Dia da Independencia dos
EUA), enquanto desfruto dos fogos de artifício, não tenho grande entusiasmo
patriótico, e nenhuma bandeira dos EUA acena na frente da minha casa ou do meu
carro. (Eu digo “bandeira dos EUA”, não “bandeira americana”, porque o posteriór
é um equívoco. A América inclui tudo, desde os confins do norte do Canadá e
Alasca até a ponta mais meridional da Terra do Fogo na Argentina.) Alguns podem
me considerar antipatriótica e, como eu escrivi, não tenho nenhuma forte
lealdade aos Estados Unidos. (O momento atual em que estamos presenciando o
desenvolvimento de um fascismo entrincheirado neste país - assim como no meu “país
de coração, Brasil tambêm - é especialmente difícil.) Por outro lado, ser honesto
sobre os pontos fortes e as fraquezas de uma nação, não sendo enganado pelo
mito, mas disposto a desafiar as falhas e lutar para que a nação seja a melhor
possível - talvez isso seja a maior forma de patriotismo.
Feliz 4 de Julho!
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