Wednesday, July 4, 2018

Pensamentos no 4 de Julho – Dia da Independência dos EUA

Como muitos que  lêem este blog já sabem, passei a maior parte dos primeiros 16 anos da minha vida no Brasil. Não foi até os meus 40 anos que percebi que, culturalmente, sou profundamente brasileiro. Embora eu tenha nascido nos EUA (saí quando eu tinha 2 meses de idade), recordando a minha re-chegada aos EUA na minha adolescência, me reconheço essencialmente como um imigrante da primeira geração à esse país. Levou anos, mas no final uma identidade autêntica dos EUA foi moldada para que eu posso me sentir confortável socialmente e culturalmente nessa sociedade. No mesmo tempo, tenho que admitir que a minha maior fidelidade é com o Brasil, meu “país do coração”. Sempre que vou para lá, me sinto relaxado e em casa de maneiras que nunca sinto nos EUA.


Tambêm sou super crítico do papel dos EUA como império no mundo. As escolas, a mídia e a religião neste país ensinam e apóiam e até exigem lealdade a uma mitologia do excepcionalismo e benevolência dos EUA que qualquer observador objetivo vai perceber com facilidade que é patentemente falso. Ao contrário do mito, os EUA tem feito muito mais mal do que bom no mundo. Em contraste com a maioria dos cidadãos dos EUA, pessoas de outros países reconhecem prontamente esse fato. Embora eu seja crítico em relação aos EUA, também desejo que meu "país de nascimento" seja melhor do que é, para ser o melhor que pode ser. Algo nos moldes de um país como previsto e descrito em declarações e documentos oficiais promulgados pelo Papa Francisco seria o ideal.

Então, neste dia 4 de julho (Dia da Independencia dos EUA), enquanto desfruto dos fogos de artifício, não tenho grande entusiasmo patriótico, e nenhuma bandeira dos EUA acena na frente da minha casa ou do meu carro. (Eu digo “bandeira dos EUA”, não “bandeira americana”, porque o posteriór é um equívoco. A América inclui tudo, desde os confins do norte do Canadá e Alasca até a ponta mais meridional da Terra do Fogo na Argentina.) Alguns podem me considerar antipatriótica e, como eu escrivi, não tenho nenhuma forte lealdade aos Estados Unidos. (O momento atual em que estamos presenciando o desenvolvimento de um fascismo entrincheirado neste país - assim como no meu “país de coração, Brasil tambêm - é especialmente difícil.) Por outro lado, ser honesto sobre os pontos fortes e as fraquezas de uma nação, não sendo enganado pelo mito, mas disposto a desafiar as falhas e lutar para que a nação seja a melhor possível - talvez isso seja a maior forma de patriotismo.

Feliz 4 de Julho!

THOUGHTS ON THE 4TH OF JULY

As many of you who read this blog know, I spent most of the first 16 years of my life in Brazil. It wasn’t until I was in my early 40s that I realized that, culturally, I am deeply Brazilian.  Although I was born in the U.S. (left when I was 2 months old), looking back on my re-arrival in the U.S. in my teens, I have come to understand myself as essentially a first-generation immigrant to this country. It took me years, but eventually an authentic U.S. identity was shaped so that I am comfortable socially and culturally in this society.  However, I must admit that my greater allegiance is to Brazil, my “heart country.”  Whenever I go there, I feel relaxed and at-home in ways that I never feel in the U.S.


I am also very critical of the U.S. role as empire in the world. Schools, the media, and religion in this country teach and support and even demand allegiance to a mythology of U.S. exceptionalism and benevolence that any objective observer will clearly see is patently false. Contrary to the myth, the U.S. has done much more harm than good in the world.  In contrast to most U.S. citizens, people from other countries readily recognize and acknowledge this fact. While I am critical of the U.S., I also desire for this, my “birth country,” to be better than it is, to be the best that it can be.  Something along the lines of a country as envisioned and described in statements and official documents promulgated by Pope Francis would be ideal.

And so, on the 4th of July, while I enjoy the fireworks, I feel no great patriotic enthusiasm, and no U.S. flag waves in the front of my house or off my car. (I say “U.S. flag,” not “American flag,” because the latter is a misnomer.  America includes everything from the northern reaches of Canada and Alaska to the most southern tip of Tierra del Fuego in Argentina.) Some may consider me unpatriotic and, as I’ve said, I hold no strongly felt allegiance to the U.S. (The present moment in which we are witnessing the development of an entrenched fascism in this country – as well as in my heart country of Brazil - it is especially difficult.)  On the other hand though, being honest about the strengths AND the weaknesses of a nation, not being taken in by the myth but being willing to challenge the faults and strive for the nation to be the best it can – perhaps that is the greatest form of patriotism. 

Happy 4th!